Matheus Nachtergaele e Regina Casé no desfile da Imperatriz Leopoldinense

"Maria Bonita" e "Lampião" receberam o figurino do carnavalesco Leandro Vieira.

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Fotos: Divulgação

O carnavalesco Leandro Vieira convidou a dupla Matheus Nachtergaele e Regina Casé com o objetivo de personificarem Lampião e Maria Bonita no desfile da Imperatriz Leopoldinense. Os atores estiveram no barracão da escola, na Cidade do Samba, visando conhecer os figurinos desenvolvidos para a dupla.

O enredo “O aperreio do cabra que o excomungado tratou com má-querença e o Santíssimo não deu guarida”, se debruça nas visões delirantes dos cordéis nordestinos, que contam histórias fantásticas sobre a chegada de Virgulino Ferreira da Silva, o famoso Lampião, ao céu e ao inferno.

Matheus Nachtergaele terá seu primeiro papel de protagonista na Marquês de Sapucaí. O ator não escondeu a alegria do convite para representar o personagem central do enredo no abre-alas da verde, branco e ouro de Ramos:

“Me sinto extremamente alegre por ser o Lampião desse desfile. Estou feliz por passar na Sapucaí com a Imperatriz Leopoldinense neste ano de retomada do nosso amor próprio”.

O ator também falou da sua relação com o Nordeste. Ao longo da carreira, Nachtergaele deu vida a personagens nordestinos que marcaram a dramaturgia nacional, como João Grilo, no clássico “O Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna, transformado em minissérie e filme.

“Sou um filho de belga, nascido em São Paulo, mas que fui recrutado desde sempre para personagens nordestinos. De certa maneira, o João Grilo me deixou no coração desse povo como um símbolo deles. Então, o chamado do Leandro tem a ver com isso e o meu sim também”.

O ator comemora a oportunidade de contracenar com Regina Casé, de quem se declara admirador.

“Regina também tem essa questão de proximidade com o Nordeste. Sou fã dela, mas nunca tivemos essa chance de contracenar. Achei linda a escolha, que é maior do que eu, para representar Maria Bonita. Isso conversa um pouco com as questões atuais de machismo e feminismo. Regina é generosa como atriz e como corpo de mulher. É uma brasileira opulenta e exuberante. Sou do tipo mirradinho”.

Fã declarada do carnavalesco, Regina Casé não escondeu o entusiasmo de estar na Avenida como destaque. Quando perguntada sobre o convite, a atriz celebrou o responsável pelo enredo e festejou o Complexo do Alemão, território que faz parte dos domínios do grêmio carnavalesco da Zona da Leopoldina. Ela aproveita a oportunidade para mandar um recado à comunidade:

“Receber um convite do Leandro para vir no abre-alas da Imperatriz não é um convite. Pra mim, que sou fã, é quase uma ordem. Vim imediatamente ser a sua Maria Bonita. Quero todo o Complexo do Alemão comigo, sambando feliz, comemorando o ano novo que só começa com o Carnaval”.

Carioca da gema, Regina nunca negou suas raízes nordestinas. A família de Caruaru sempre foi motivo de orgulho. Por esta razão, o enredo encontrou terreno afetuoso no coração da atriz.

“O tema tem tudo a ver comigo. Minha família é toda de Pernambuco, a terra de Lampião. Meu tio avô era palhaço da feira de Caruaru. Esse universo é o meu mundo”.

Zé Katimba e Chiquinho também
serão destaques no abre-alas

Leandro Vieira diz que a abertura sugere uma invasão. O artista acredita que uma entrada arrebatadora possibilitará um desfile triunfal. Na mesma alegoria que estarão Casé e Nachtergaele, outros personagens do mais famoso bando de cangaceiros da história brasileira serão apresentados de maneira performática.

Zé Katimba, célebre compositor da escola – autor de clássicos como “Martin Cererê” (1972) e “Só da Lá Lá” (1981 e 2020) -, foi escalado para interpretar o cangaceiro Volta Seca. Ao seu lado, Chiquinho – inesquecível mestre-sala, que por 20 anos fez parceria com a lendária e saudosa porta-bandeira, Maria Helena, sua mãe – dará vida ao cangaceiro Zé Baiano.

Volta Seca foi o mais jovem cangaceiro a entrar no bando de Lampião, com 11 anos de idade. O sergipano de Itabaiana também era compositor e é apontado como autor de clássicos do cancioneiro nordestino, como “Acorda, Maria Bonita!” e “Mulher Rendeira”. José Aleixo Ribeiro da Silva, o Zé Baiano, também era conhecido como “Pantera Negra do Sertão”. Junto de Lampião, percorreu diversas cidades do Nordeste, transformando-se num dos mais temidos bandoleiros do grupo.

O compositor e o mestre-sala, bambas da primeira escola tricampeã na era Sambódromo (1999-2000-2001), estiveram no barracão e se encantaram com a grandiosidade do projeto.

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