
Em uma disputa emocionante e que durou mais de um ano desde a entrega das composições em setembro do ano passado, finalmente a comunidade do Morro do Salgueiro e todos os apaixonados pela Academia do Samba já têm seu hino oficial para o carnaval 2022. Entre as vinte e quatro obras que se inscreveram para o concurso e que disputaram o sonho de ilustrar em versos o enredo “Resistência” , sagrou-se campeã a parceria composta por Demá Chagas, Pedrinho da Flor, Leonardo Gallo, Zeca do Cavaco, Joana Rocha, Gladiador e Renato Galante.
Aos 64 anos de idade, sendo 47 deles vividos no Salgueiro, Demá Chagas, que já ganhou sete disputas de samba e tem em seu currículo obras que marcaram os desfiles da Academia como: Xango (2019) e Peguei um Ita no Norte (1993), receberá, junto com os parceiros a missão de levantar, mais uma vez o público em busca do décimo campeonato, assim como Pedrinho da Flor que não vencia uma disputa desde 1990.
O samba campeão será cantado pela primeira vez como hino oficial do Salgueiro neste sábado (2), quando a vermelho e branco receberá a Portela como convidada em mais uma noite do “Salgueiro Convida”. Os ingressos já podem ser adquiridos na quadra de ensaios com valores a partir de R$ 30,00. Informações pelo telefone (21) 2238-9226.
Ouça o samba campeão:
Compositores:
Demá Chagas
Pedrinho da Flor
Leonardo Gallo
Zeca do Cavaco
Joana Rocha
Renato Galante e
Gladiador
Intérprete:
Wander Pires
Um dia
Meu irmão de cor
Chorou por uma
Falsa liberdade
Kaô Cabecilê
Sou de Xangô
Punho erguido
Pela igualdade
Hoje cativeiro
É favela
De herdeiros
Sentinelas
Da bala que mata
Feito chibata
Vermelho na pele
Dos meus heróis
Lutaram por nós
Contra a mordaça
Ê Mãe Preta
Mãe Baiana
Desce o morro
Pra fazer escola
Me formei
Na Academia
Bacharel em harmonia
Eis aqui
O meu Quilombo
História
Ê Galanga ê
Rei Zumbi Obá
Preta aqui virou
Rainha Xica
Sou a voz
Que vem do Gueto
Resistência
No tambor
Pilão
De Preto Velho
Eu sou
No Rio
Batuqueiro
Macumba
O ano inteiro
Não nego
Meu valor, axé
Gingado de malandro
Kizomba e capoeira
Caxambu e jongo
Fé na rezadeira
Tempero de Iaiá
Não tenho
Mais Sinhô
E nunca mais Sinhá
Sambo
Pra resistir
Semba
Meus ancestrais
Samba
Pelos carnavais
Torrão amado
O lugar onde nasci
O povo
Me chama assim
Salgueiro
Salgueiro
O amor que bate
No peito da gente
Sabiá me ensinou
Ser diferente
ÔÔÔÔÔÔÔ