PARCERIA DE CLAUDIO RUSSO (Campeã)

Compositores:
Claudio Russo
Moacyr Luz
Júlio Alves
Alessandro Falcão e
W. Correia Filho
Participação especial:
Chico Alves
Intérprete:
Wander Pires

Olodumarê mandou
Oxalá me conduzir
Pelo céu da liberdade
Me falou Orunmilá
Vai meu filho semear
Pelo mundo
A humanidade
Nos caminhos de Exu
Me perdendo encontrei
Nua e crua
Essa verdade
Que a raiz
Do preconceito
Nasce do olhar estreito
Da cruel desigualdade
Sou Alabê gungunando
O tambor
Trago cantos de dor
De guerra e de paz
Pra ver secar
Todo pranto nagô
E gritar
Por direitos iguais
Meu sangue negro
Que escorre no jornal
Inundou um oceano
Até a Pedra do Sal

Eh… Dandara
A espada
E a palavra eh
Não vai ser escrava
Hei de ver
Noutas negras minas
Um baobá Malê
Que nasceu do chão
Pra vencer a opressão
Com a força
Da melanina

Negro é cultura
E saber
Ka Riba Ti Yê
Caminhos de sol
Por onde Otelos
Stellas e
Teresas de Benguela
Se fazem farol
Pra iluminar alafins
E morrer só de rir
Feito mil Benjamins
E cantar
Cantar, cantar
A beleza retinta
Que veio de lá
E cantar
Cantar, cantar
Pra saudar o meu Orixá

Ogunhiê, Okê Arô
Laroyê, meu pai kaô
Tem sangue nobre
De Mandela e de Zumbi
Nas veias
Do povo preto
Do meu Tuiuti

PARCERIA DE ELI PENTEADO

Compositores:
Eli Penteado
Franco Cava
Gulle
Bianca Ramos
José Carlos
Participação Especial:
Zé Ricardo
Intérprete:
Leonardo Bessa

Negro
É o poema da criação
Olodumaré escreveu
Na linha do tempo
Seus versos
Senhor do destino
Imensidão
África
Berço do universo
Epá Ojú Olorum
Ifá é jogo de fé
Orunmilá direção
Sabedoria do axé
No ventre de Nanã
A vida primordial
Oxalá emana
Energia ancestral
Elegbá Exú, Agô Laroyé
Mensageiro de Orum
Caminho do Ayê
Sou herdeiro
Dos guerreiros de Oyó
De reis, rainhas
Deuses e faraós

Eparrey Dandara
Ogunhê Zumbi
Angela Davis
Nos faz refletir
Epá Babá
Nelson Mandela
Habecilê
Obama sentinela

Se o mar é Kalunga
A dor é navio a esmo
Negro lutou
Pra ser ele mesmo
Com liberdade
Vestiu sua arte
Defendeu as cores
Da diversidade
Orayeyê Beyoncé
Salve o Erê Benjamim
Na lona do peito
Talento sem fim
Lata d’água na cabeça
Batucada na favela
Na pele a nobreza
Wahanda na tela
No balé das ondas
Vi Mercedes dançar
Oke Arô
Mãe Stella saravá
Razão é ciência
Poesia orixá
Horin Ewe
Natureza Salubá
Sou resistência
Reza, foto no mato
Alabê que toca dobrado
Na Umbanda
E no Candomblé

Ka Ríba Tí Yê
Canta Tuiuti
É tempo de luta
Meus tambores
Não se calam
Tuiuti “vem ser”
Ka Ríba Tí Yê
É tempo de cura
Que nossos caminhos
Se abra

PARCERIA DE RAONI VENTAPANE

Compositores:
Raoni Ventapane
Silvio Mesquita
R. Gêmeo
Roberto Migans e
Denis Moraes
Participações Especiais:
Ari Diniz e
Cesar Cruz
Intérprete:
Pixulé

Ka Ríba Tí Ye
Por todo Ayé
A voz não se calou
Olodumarê
O Deus maior
Supremo criador
Aos moldes
Do pai oxalá
Da terra, Saluba Nanã
Surge o sopro da vida
E quem nos guia
É Orunmilá
Aos segredos do Ifá
A mensagem
Que Exu vem trazer
Nos dá força
E permite sonhar
Tuiuti, seu destino
É vencer
Pode acreditar

Na garra
De Dandara, epa hey
Ogunye, Zumbi
É nosso rei
Vi nos olhos
De Mandela
Refletir a liberdade
No xirê, justiça
É igualdade

É coisa
De preto sim
Parece ritual
O corpo arrepia
Na ginga ancestral
O dom de sambista
Herança africana
Tem alma de artista
É fé
Pra vencer demanda
Quem nega
A ciência ôôôô
Não sabe a essência
Do meu fundamento
Nenhum tirano é capaz
De acorrentar
Os nossos ideais

No toque do tambor
No canto do Tuiuti
O morro
Não vai sucumbir
Nosso povo jamais
Se entregou
Negritude é resistir

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