De volta às origens, Salgueiro renova o símbolo do seu pavilhão

Nova iconografia foi apresentada oficialmente durante a live do último domingo.

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Foto: Alex Nunes

Uma Escola de Samba é um depositório de tradições populares. Mesmo sendo uma manifestação viva que sempre abraça as novidades, algumas coisas são tão importantes, que precisam permanecer para perpetuar nossa história. Assim como a ala das baianas, o casal de mestre-sala e porta-bandeira e a Velha-Guarda, a bandeira da escola e seu símbolo devem se manter intocados.

O compromisso em preservar e valorizar sua origem e sua história é parte importante e uma das marcas registradas na gestão de André Vaz. Após dar o título de presidente de honra da escola para Djalma Sabiá, único fundador vivo do Acadêmicos do Salgueiro, o presidente convocou o Departamento Cultural para uma missão especial: Buscar as origens do símbolo do pavilhão salgueirense e reconfigurá-lo.

“O pavilhão é o símbolo mais importante da escola. Nele, reconhecemos suas origens e, ao longo dos anos isto foi se modificando. Estamos chegando perto dos nossos 70 anos e pedi que o Departamento Cultural fizesse uma pesquisa intensa para tentar reproduzir, o mais fielmente possível, o símbolo original. No Carnaval, o primeiro casal já desfilou com o novo símbolo no pavilhão mas, como queríamos fazer uma evento próprio para oficializar e não foi possível, decidimos apresentá-lo durante a live”, disse o presidente.

Responsável por “renovar” o símbolo, Victor Britto, designer da escola e carnavalesco do Aprendizes do Salgueiro, confessa que sentiu o peso da responsabilidade.

“É uma honra poder contribuir para este momento que, para mim, é ímpar. Não sei sequer expressar o que senti no momento que recebi a notícia de que eu iria participar deste processo na escola do meu coração. Uma coisa é você criar campanhas, outra coisa é você ver o seu trabalho eternizado no pavilhão”, comenta o profissional.

Mesmo que sejam pequenas mudanças, elas são fundamentais. Seguindo as origens, o símbolo do Salgueiro sofreu as seguintes alterações: Pandeiro: Em sua forma original, o instrumento é redondo com platinelas. Surdo de barrica: O instrumento de maior importância em uma escola de samba, desenhado em sua forma tradicional, típico da época da fundação, onde era feito com barris de madeira e cobertos por membranas de origem animal. Ganzá: Chocalho de origem africana que volta à posição original, ultrapassando o círculo interior dos instrumentos, assim como suas fitas. Tamborim: Quadrado, típico da década de 50 em que a forma era retangular, acompanhado de sua baqueta própria.

Os instrumentos são circundados por uma linha branca, uma faixa vermelha com o nome da escola em letras maiúsculas, em formatação quadrada na cor branca. O nome é escrito em sentido horário, com início na parte central inferior da faixa, a partir de um pequeno circulo branco, também na parte inferior da faixa.

Devemos ressaltar que o Salgueiro tem como símbolo instrumentos de origem africana não à toa. O morro sempre foi conhecido na cidade como um berço de ritmo e grandes instrumentistas, sendo a bateria, hoje conhecida como “Furiosa”, uma das mais premiadas em toda história do Carnaval Carioca.

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Locutor nas escolas de samba do RJ, analista de sistemas, jornalista (RG 0039675-RJ), compositor e intérprete. Administrador do site CARNAVAL CARIOCA.

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